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THE CAR IS ON FIRE

AND THERE'S NO DRIVER AT THE WHEEL

29
Out18

O ano do pensamento mágico

Rita

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Sempre considerei que se examinar algo, torna-se menos assustador. Eu cresci no Oeste e temos esta teoria que se virmos uma cobra, se a mantivermos no campo de visão, ela não nos vai morder e é isto que eu acredito em relação a enfrentar a dor: quero saber onde está.  

 

Joan Didion

 

 

 

 

 

A Joan Didion é uma escritora que esteve casada quase 40 anos com o escritor John Gregory Dunne e este livro foi escrito após a morte súbita deste, no final 2003. Para piorar a situação, a filha de ambos tinha adoecido gravemente uns dias antes da morte do pai e viria a falecer em 2005, aos 39 anos.

 

Este livro assemelha-se a um trabalho de investigação jornalística na medida em que a autora procura incessantemente perceber o que aconteceu, como aconteceu, a razão para ter acontecido; debruça-se sobre o fenómeno natural que é a morte, sobre a doença e o luto. Pegando nas palavras da mesma: observar e analisar a dor era a única maneira de lidar com a situação, a única forma de a encarar.   

 

 

 

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 Já li este livro duas vezes e a eloquência e acuidade do mesmo acertam-me sempre em cheio.

O luto é uma experiência muito pessoal e que diverge de pessoa para pessoa, mas em última instância o sentimento de perda é universal e acho que qualquer pessoa que já tenha perdido alguém encontra nas palavras de Didion uma expressão - e que expressão - dos seus próprios sentimentos.   

 

 

 

(...) Está aqui a diferença fulcral entre o luto enquanto o imaginamos e o luto tal como ele é. A ausência interminável que se segue, o vazio, o exacto oposto de significado, a sucessão sem tréguas de momentos durante os quais vamos enfrentar a própria experiência da insignificância.  

 

"O ano do pensamento mágico"

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